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Genius: Aretha, a mulher por trás da música

A série «Genius» está de regresso para uma terceira temporada, com estreia amanhã no Disney+ Portugal. Aretha Franklin, que ainda este ano verá a sua história contada também em filme, é a figura em destaque em «Genius: Aretha», uma narrativa que recupera diferentes fases da vida da cantora.

Genius: Aretha

Cynthia Erivo é uma das atrizes mais in do momento. Bem-sucedida na sua carreira no teatro musical, a versátil atriz conseguiu o que muitos outros intérpretes tentam e não conseguem: a transição para o pequeno e grande ecrã. Cynthia está, aliás, a um Óscar do raríssimo EGOT (vencedores de Emmy, Grammy, Óscar e Tony), e já esteve na disputa em 2020 graças ao filme «Harriet» (2019), como atriz principal e também como coescritora da música “Stand Up”.

Enquanto não sabe se alguém repesca «The Outsider» e Holly Gibney assume o protagonismo que se antecipava, a atriz enfrenta um desafio difícil. Depois de Geoffrey Rush como Albert Einstein e Antonio Banderas como Pablo Picasso em «Genius», é a vez da atriz britânica dar vida a Aretha Franklin, considerada a Rainha do Soul e uma das melhores cantoras de sempre. Falecida em 2018, Aretha regressa aos grandes “palcos” em 2021 com «Genius: Aretha» e «Respect» (2021), protagonizado por Jennifer Hudson, de olhos postos no bis da atriz nos Óscares, após a vitória em 2007 com «Dreamgirls» (2006).

Genius: Aretha

A trama começa com a coroação de Aretha Franklin como a Queen of Soul em 1967, altura em que teve início o seu reinado. Ainda assim, depressa «Genius: Aretha» volta ao passado para demonstrar as dificuldades que a protagonista viveu, desde a gravidez na adolescência ao comportamento abusivo do então marido Ted White (Malcolm Barrett), 11 anos mais velho. Passando ainda pela marginalização da população negra dos Estados Unidos, numa altura em que Martin Luther King Jr. ganhava voz e o ativismo era uma realidade inescapável.

Seria impossível contar esta história sem incluir o pai de Aretha, C.L. Franklin (Courtney B. Vance), um pastor e ativista muito respeitado pela comunidade, e envolvido na Caravana Gospel que atravessava os Estados Unidos e onde a jovem Aretha começou a ter algum destaque. Numa realidade repleta de vícios, violência e sexualidade, são muitos os estímulos exteriores que parecem querer retirar Aretha do caminho do sucesso a que está destinada. A narrativa consolida de forma competente as diversas vertentes da sua vida pessoal para, assim, mostrar o outro lado da diva do Soul.

Genius: Aretha

A família é um aspeto fundamental para perceber Aretha. Desde a avó Rachel (Pauletta Washington) às irmãs Carolyn (Rebecca Naomi Jones) e Erma (Patrice Covington), que também desempenharam um papel de destaque na sua carreira. A série do National Geographic evoca a dificuldade que a artista sentiu em encontrar-se no início da sua carreira mais mediática, no meio de tantos estilos e influências musicais. Da mesma forma, recupera-se o drama em torno do gerenciamento de Aretha, do choque de C.L. e Ted à troca da Columbia pela Atlantic Records, o que representa também a confirmação (e aceitação) do seu talento.

Um mix de documentário com drama, «Genius: Aretha» é uma história contagiante sobre a mulher revelada pela música, e com um elenco à altura do desafio. Ainda que o argumento, por vezes, se perca nas mudanças temporais, a biografia cumpre o seu papel e presta a homenagem merecida a uma das principais vozes do último século. Permite, ainda, que Cynthia mais uma vez demonstre a sua versatilidade, até pelas emoções que se acentuam ao longo da temporada.

«Genius» é uma criação de Kenneth Biller, Noah Pink e Suzan-Lori Parks e, depois de duas temporadas no National Geographic Portugal, tem agora estreia no streaming do Disney+.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

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