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Why Women Kill: o regresso da rainha má Lana Parrilla

Em rainha má (mas bem-sucedida) não se mexe? A personagem de Lana Parrilla recupera, em «Why Women Kill», alguns dos traços contagiantes que convenceram o público em «Once Upon a Time». Será que isso faz de Allison Tolman a “Branca de Neve”? Fica a saber o que esperar da segunda temporada, que estreia dia 8 na HBO Portugal.

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Pictured: Allison Tolman as Alma and Lana Parrilla as Rita of the Paramount+ series WHY WOMEN KILL Photo Cr: Sarah Coulter/ ©2021 Paramount+, Inc. All Rights Reserved.

Depois de uma primeira temporada a toda a velocidade, com a história de três mulheres de gerações diferentes que moraram na mesma casa (e, de uma forma ou outra, estiveram envolvidas em homicídio), «Why Women Kill» regressa com uma narrativa de um só tempo. Sai Ginnifer Goodwin, a Branca de Neve de «Once Upon a Time», e entra a sua arqui-inimiga da série da ABC, Lana Parrilla, que por lá interpretou a Rainha Má. A sua personagem foi uma das mais populares da trama, tendo motivado um sem fim de convenções e encontros com fãs (bem lucrativos) em tempos sem pandemia.

Mas Lana não foi a primeira escolha de Marc Cherry (Donas de Casa Desesperadas) para viver Rita Castillo, ainda que a personagem pareça natural (ainda que typecast). O criador queria recuperar uma parceria de sucesso e convidou Eva Longoria, uma das atrizes de «Donas de Casa Desesperadas», mas, por limitações de agenda, esta não pode aceitar. Foi ela que sugeriu, segundo o autor, que Lana ficasse com o papel.

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Agora em «Why Women Kill», originalmente do Paramount+, a sua Rita Castillo recupera parte da personalidade e da história da Rainha Má: Rita casou com um homem mais velho e rico, de quem não gosta, e mantém um caso extraconjugal com Scooter (Matthew Daddario). Mas a sua história de amor não é totalmente feliz, pelo que contrata um detetive privado para o seguir. É também o rosto mais destacado de um grupo feminino de elite da sociedade, o “Garden Club”, popular sobretudo pelos seus luxuosos – e exclusivos – eventos. Mas, como o narrador (Jack Davenport, que participou na season 1) bem diz logo no piloto, esta não é história que Marc Cherry quer contar.

A protagonista da segunda temporada de «Why Women Kill» é Alma (Allison Tolman, Fargo), uma dona de casa destrambelhada e iludida, cujo objetivo de vida é integrar o “Garden Club”. No entanto, a tarefa não se espera nada fácil, já que além de passar despercebida e não ficar na memória, Alma também não ocupa um lugar particularmente importante na sociedade. É a mulher do veterinário, Bertram (Nick Frost), um tipo simpático e popular por ali, sem peso económico para vingar num grupo conhecido pelos seus luxos. Surpreendentemente, e apesar do início tímido, Bertram acaba por se afirmar como a personagem mais interessante e bem conseguida da nova temporada.

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O elenco é forte e as storylines são bem enraizadas para garantir que a trama faz sentido. Antes de sabermos as consequências, convém percebemos como se chegou lá e o argumento é competente a estabelecer essa relação lógica para o espectador. Personagens habitualmente secundárias em filmes thriller assumem a linha da frente e, com um lado cómico bastante forte, «Why Women Kill» não é para ser levada demasiado a sério. Por sua vez, embora a série lembre, em certos momentos, uma espécie de spin-off de «Once Upon a Time», a verdade é que a dupla mais entusiasmante é Alma e o marido.

Destaque ainda para a participação de Veronica Falcón, Jordane Christie, Daniel Zacapa, B.K. Cannon, Virginia Williams, Rondi Reed, Eileen Galindo, Rachel Bay Jones e Kerry O’Malley, entre outros.

Os cinco episódios a que tive acesso são sobretudo contextuais, ainda que isso não implique um ritmo mais lento. A voz off dispõe as personagens no “tabuleiro” da narrativa, evidenciando e explicando sempre que necessário o sentimento dos envolvidos e as implicações que acontecimentos passados ou presentes vão ter no seguimento da história. Uma aposta que lembra, claro está, «Donas de Casa Desesperadas».

Esqueçam as histórias dos contos de fadas. Alma não vai ter vida fácil e, como o título bem anuncia, a história vai acabar em morte. Resta saber é na de quem… e por quem.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

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