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Sicília Sem Mortes: na lama, saem todos sujos

O Filmin Portugal disponibiliza esta terça-feira, 11, a série espanhola «Sicília Sem Mortes». A trama retrata os contornos dúbios que circundam a política, a vida social e até a mortalidade. Será que Maiorca é mesmo uma Sicília, igualmente bela, mais tranquila?

Sicília Sem Mortes

A história chega-nos pela jornalista criminal Aina Garcies (Mar Fiol), que vai enquadrando o espectador na narrativa que o espera em «Sicília sem Mortes». E assume esse papel de narrador de forma clara e ativa, alertando, inclusivamente, a audiência para algumas “armadilhas” que vai encontrar ao longo dos episódios. Uma abordagem interessante, que adiciona uma nova camada a uma série focada num tema relativamente comum, nomeadamente no que diz respeito à corrupção e lado menos nobre da economia e da governação.

Em Maiorca, o presidente José Antonio Bergas (Fèlix Pons) apresenta-se como um agente da mudança, algo que parece incomodar o seu partido e os poderes estabelecidos, sobretudo os mais associados à corrupção. A introdução não convence de imediato a audiência, mas as ameaças em torno do governante, desde logo pela ratazana morta que lhe é entregue a casa, mostra que Bergas está, claramente, a incomodar alguém.

O acontecimento une os jornalistas Aina e Mateu Llodrà (Pep Tosar), sendo que a primeira, enquanto narradora, relata os temas no passado com um certo arrependimento. As ações que mudaram o rumo da história, os momentos em que se envolveu na trama, ou numa storyline que recusaria à partida, se assim pudesse escolher. E, embora não seja logo claro o que ela quer dizer, o espectador não deixa de desconfiar de Mateu e de Josep Pons Ventura (Xim Vidal), entre outras figuras. O que espera a dupla, e a população local, nesta investigação por detrás da encomenda recebida por Bergas?

A série tem um total de oito episódios e, apesar de chegar a Portugal de forma algo tímida, pode fazer sucesso entre os fãs de apostas narrativas do género, sobretudo por insinuar que a Máfia, e os seus truques, não se ficaram por Itália…

 

Texto originalmente publicado aqui

 

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