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Óscares 2019: o “assalto” dos atores das séries de TV

This is why we can’t have nice things. Depois de a elite de Hollywood invadir o pequeno ecrã, com um crescendo imparável desde 2013, os atores de TV tiraram finalmente a desforra e ‘limparam’ os quatro Óscares de representação. Mahershala Ali, Regina King, Rami Malek e Olivia Colman foram os grandes vencedores da noite, batendo astros consagrados como Glenn Close, Willem Dafoe… e Lady Gaga. Como se costuma dizer em bom português: chupa!

Óscares

Isto é tudo muito bonito, mas nota-se logo que a malta da TV está deslocada. Vamos por partes. Rami Malek caiu do palco, de Óscar em punho, e o aparato da situação até meteu paramédicos. Regina King foi para a cerimónia flirtar: subiu ao palco com a ajuda dos bíceps bem definidos do Capitão América Chris Evans. Mahershala Ali fez lembrar Kristen Stewart e, aquando da sua vitória, apresentou apenas uma expressão – mas também podiam ser só gases, porque depois era só sorrisos. Já Olivia Colman, numa homenagem improvável a “Gente Que não Sabe Estar”, protagonizou um dos discursos mais atabalhoados da noite – ainda que com alto nível de fofura –, tendo sindo apenas vencida pela malta da Maquilhagem (muita vergonha alheia destes três) nos Óscares.

Óscar de Melhor Ator Secundário: Mahershala Ali, «Green Book – Um Guia Para a Vida» (2018)

Mahershala Ali

Atualmente parece uma pergunta equiparável ao longo mistério do que surgiu primeiro “o ovo ou a galinha“: o hype de Mahershala começou na TV ou no Cinema? O mistério desfaz-se rapidamente. Para os mais esquecidos, recordamos que o ator se estreou em «A Patologista» e atingiu pela primeira vez os “céus” da popularidade com «House of Cards». Na altura do fenómeno «Moonlight» (2016), e da passagem por «Elementos Secretos» (2016), também um dos candidatos a Óscar, era o vilão de «Luke Cage», da Netflix. Agora, tenta ressuscitar «True Detective», de regresso após uma segunda temporada mal conseguida.

Óscar de Melhor Atriz Secundária: Regina King, «Se Esta Rua Falasse» (2018)

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Alguém avise a Regina King que isto já não tem piada. Ela é Globos, ela é Emmys, ela é Óscares. Deixa alguma coisa para as outras, amiga. A carreira da atriz teve início com a série «227», onde esteve de 1985 a 1990, e prosseguiu no cinema, estabelecendo depois um currículo versátil entre o pequeno e grande ecrã. De um momento para o outro, Regina tornou-se um fenómeno: primeiro graças a «American Crime», em 2015, com a qual ganhou dois Emmys, e a mal amada «Seven Seconds», que lhe garantiu o hattrick em setembro de 2018. Já o Globo chegou com «Se Esta Rua Falasse» (2018), filme que a levou ao palco do Dolby Theatre. Segue-se a participação em «Watchmen», uma das séries mais aguardadas de 2019.

Óscar de Melhor Ator: Rami Malek, «Bohemian Rhapsody» (2018)

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Primeiro espalhou beijocas pela mais-que-tudo Lucy Boynton, a Mary de «Bohemian Rhapsody» (2018), depois espalhou-se ao comprido e caiu do palco estilo Pedro Abrunhosa. Pode ser que assim deixe de ser conhecido como tipo esquisito de «The Pacific» e «Mr. Robot», as séries que mais marcaram a sua carreira, a par do Faraó da saga «À Noite, no Museu». Quem deve ter ficado contente foi a Jennifer Lawrence, cuja queda parece ter sido finalmente suplantada. Com a ascensão à elite hollywoodiana com a recriação de Freddie Mercury, resta saber para onde vai virar Malek de seguida, se para o cinema, se para a TV.

Óscar de Melhor Atriz, Olivia Colman, «A Favorita» (2018)

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Ver Glenn Close chegar às sete nomeações nos Óscares sem qualquer vitória devia ser considerado crime público, mas tudo se perdoa depois de testemunhar a felicidade de Olivia Colman (e Emma Stone pelo caminho). Com uma carreira longa, nomeadamente no Reino Unido, a atriz deu nas vistas graças a «O Gerente da Noite», série com a qual conquistou um Globo de Ouro em 2017. No entanto, no ‘forno’ estava já o papel de Rainha Anne n’«A Favorita» (2018), um filme pitoresco que a consagrou numa categoria disputada até ao final. Curiosamente, Olivia prepara-se para substituir Claire Foy como Rainha Isabel II em «The Crown», da Netflix, com a história a avançar duas décadas no tempo. Os prémios devem ser uma inevitabilidade, mas mesmo assim a atriz conseguiu surpreender começando mais cedo. Confesso, ainda assim, que a minha maior curiosidade é vê-la interagir com Helena Bonham Carter, a irmã Margaret.

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