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Óscares 2018: como fazer conversa sem ver a cerimónia

Se contribuíram para a anunciada audiência miserável da cerimónia dos Óscares 2018, mas querem saber os mínimos para fazer conversa em ocasiões sociais, vieram ao sítio certo. Como não quero que vos falte nada, deixo-vos os 10 melhores momentos dos Óscares 2018 – de Portugal ao Dolby Theatre, passando por um qualquer cinema do outro lado da rua em Los Angeles. Até vai parecer que viram!

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1) Sabes que o fim do mundo está próximo quando, num evento VIP de cinema, transmitido pela SIC para pobre ver antes dos Óscares 2018, a Lili Caneças tenta falar de… cinema e não consegue. Porquê comentar apenas a Passadeira Vermelha dos Óscares, quando se pode fazer o mesmo num cinema de Lisboa, certo? Se isto não é sinal do apocalipse, não sei o que será. (E também isto).

2) Para quem não queria ouvir os comentários da SIC durante a cerimónia, havia o canal 700 da NOS, diziam eles. No entanto, esta escolha representava um desafio verdadeiramente hercúleo. O que era mais irritante: os comentários em português por cima ou o som do intervalo no 700? Brilhante estratégia de marketing para levar as pessoas a, de uma vez por todas, passarem a ver a versão comentada. (Comigo não resultou, mas boa tentativa).

3) Resumo do monólogo de abertura: Jimmy Kimmel repetiu a apresentação dos Óscares 2018 com a certeza de que não podia correr pior do que em 2017. Depois do engano estrondoso na categoria de Melhor Filme, com o anúncio de «La La Land: Melodia do Amor» (2016) como vencedor em vez de «Moonlight» (2016), Kimmel logo avisou que mais valia os vencedores esperarem um minuto antes de se levantarem para receber a estatueta [assim como em 2017, Warren Beatty e Faye Dunaway voltaram a apresentar a última categoria]. Outros temas – assédio sexual dentro e fora de Hollywood, se Christopher Plummer achava Lin-Manuel Miranda parecido com o verdadeiro Alexander Hamilton e que o objetivo de filmes como «Chama-me Pelo Teu Nome» (2017) não é fazer dinheiro [para isso há o «Pantera Negra» (2018)], mas sim irritar Mike Pence.

4) A fim de desencorajar discursos mais longos, a Academia decidiu premiar os mais rápidos. Em caso de empate, o Jet Ski iria para o Christopher Plummer, mas tal não foi necessário e foi Mike Bridges, vencedor na categoria de Guarda-Roupa por «Linha Fantasma» (2017), a levar o brinquedo para casa. [Helen Mirren não incluída].

4.1) Outra das novidades é que os discursos mais longos iam deixar de ser interrompidos por música. Em vez disso, Lakeith Stanfield, de «Foge» (2017) [e «Atlanta»], devia repetir a cena do filme e desatar aos gritos em palco para a pessoa ir embora. Infelizmente, tal não se confirmou e os vencedores foram mesmo ‘cortadas’ pela orquestra…

5) Bem, chegou oficialmente a altura de deixar de piratear filmes e de ir ao cinema. Nunca se sabe quando podem entrar, sala dentro, o Mark Hamill, a Emily Blunt, a Lupita Nyong’o ou o Armie Hammer. Na verdade, só quero ter a Meryl Streep a dizer-me adeus.

6) A maioria da Academia é dos Los Angeles Lakers. Ou provavelmente era há uns anitos, passou pela bandwagon dos Miami Heat e dos Cleveland Cavaliers, e deve estar agora para os lados dos Golden State Warriors. A carta com que Kobe Bryant se despediu da NBA virou curta-metragem de animação e o ex-jogador tem um Óscar de vantagem perante a concorrência de LeBron James e Michael Jordan. [Fãs de Jordan não desesperem, é só fazer sequela de «Space Jam» (1996)].

7) Em 2017, Casey Affleck levou o Óscar por «Manchester By The Sea» (2016) apesar das críticas ensurdecedoras de assédio. O ator foi amealhando prémios, por um lado, e, por outro, lá se ia dizendo que Casey tinha chegado a acordo com as queixosas e não valia a pena fazer campanha contra ele. O que é certo é que, 12 meses depois, o irmão de Ben Affleck foi ‘encostado’ em todas as cerimónias, onde é suposto o vencedor do ano passado passar o testemunho a um dos premiados. Para disfarçar, Emma Stone entregou o Óscar de Melhor Realizador em vez do de Melhor Ator.

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8) Nem sei muito bem como abordar este mistério, que me deixou totalmente perplexa. Jennifer Lawrence é assim tão mais alta que Jodie Foster? Acho que elas fizeram uma qualquer tentativa de piada relacionada com a Meryl Streep, mas eu estava demasiado distraída, desculpem. Após pesquisa, está confirmado que Jennifer tem 1,75m e Jodie 1,6m. [Já agora, aplausos para a coragem de Jennifer, que mesmo depois das quedas que já protagonizou, ainda se arrisca em manobras como esta].

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9) O discurso da Frances McDormand, eleita sem surpresas Melhor Atriz [por «Três Cartazes à Beira da Estrada» (2017)], foi o melhor da noite. Já que não havia orçamento para outro jet ski, pelo menos dava-lhe uma trotineta rasca. Deve estar cansada de tanta subida a palcos na temporada de prémios. Aqui não vos facilito a vida, têm mesmo de ver!

 

10) Em cinco anos, quatro Óscares de Melhor Realizador foram para cineastas mexicanos (Alfonso Cuarón, duas vezes Alejandro González Iñárritu e agora Guillermo del Toro). Foi, aliás, noite de festa para o México, que ainda celebrou duas vezes graças a «Viva – A Vida é Uma Festa» (2017), por Melhor Música Original e Melhor Filme de Animação. Uma escolha política, que del Toro, premiado por «A Forma da Água» (2017), acentuou no discurso com a frase “Sou um imigrante”. Ainda assim, pelo sim pelo não, del Toro lá verificou o envelope antes de festejar, não fosse outra vez um erro…

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