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As primeiras impressões sobre a terceira temporada de Westworld

Tive acesso antecipado aos quatro primeiros episódios da terceira temporada de «Westworld», que regressa dia 16 de março à HBO Portugal. A review que se segue não contém spoilers da T3. Review originalmente publicada Metropolis.

Westworld

Já não se viviam temperaturas tão altas desde o verão de 2018: Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood) deixou Westworld depois de muito sangue derramado e está agora à solta no mundo real. A espera foi longa mas, nada temam, uma vez que o regresso de «Westworld» promete não desiludir. Além do build up para o ansiado confronto entre Dolores e Maeve (Thandie Newton), também Aaron Paul (ex-«Breaking Bad») surge com um papel de grande destaque; contrariando os receios de um falso hype. A par de Vincent Cassel – que se afigura, aliás, como um dos grandes vilões da terceira temporada. O primeiro episódio tem estreia marcada na HBO Portugal dia 16 de março.

A saída de casa dos pais é um momento que nos marca. De certa forma, é isso que acontece com Dolores, que abandonou o universo de Delos e vive pela primeira vez sem rédeas. Resta saber, todavia, quem a acompanhou. A androide saiu de Westworld com cinco “núcleos”, que representam o código de cinco máquinas, no final da segunda temporada. A revelação das suas identidades é o ponto alto do quarto episódio, sendo que já sabemos à partida que um deles era Bernard (Jeffrey Wright), que Dolores deixou sair em liberdade na season finale. Este mistério promete ser o mote para as primeiras teorias: quem se esconde no corpo de Charlotte Hale (Tessa Thompson)?

Westworld

Mas o momento que deverá fazer furor no arranque da nova temporada nada tem a ver com esta questão. Há um easter egg no segundo episódio que promete “rebentar” com a Internet de uma vez por todas. Depois não digam que não avisámos.

Nada será como antes em Westworld

«Westworld» assume uma forma completamente diferente daquela que lhe conhecemos. Fora do parque, Dolores é uma personagem ainda mais complexa e muito imprevisível. É difícil definir heróis e vilões, num jogo onde ninguém é retratado a boa luz, pelo que se adivinham várias divisões ao longo da temporada. Terá Dolores as motivações certas para travar um mundo cada vez mais tecnológico? Onde param Bernard e Maeve – e serão estes capazes de a parar na sua demanda? Quais as motivações mais válidas? As perguntas amontoam-se e as respostas ao fim de quatro episódios só trazem ainda mais dúvidas.

Westworld

A criação de Jonathan Nolan e Lisa Joy é brilhante. Não obstante, à medida que a história avança, é cada vez mais inevitável que as escolhas não agradem a todos, mas «Westworld» afirma-se novamente como uma das grandes séries da última década. [Mesmo que para perceber completamente a trama seja necessário rever os episódios várias vezes, certo?].

O papel da tecnologia no quotidiano tem crescido a um ritmo avassalador. A série da HBO imagina uma sociedade completamente mergulhada em algoritmos e condicionamentos de ordem hierárquica e artificial, que tornam os humanos tão mecânicos como qualquer androide de Westworld ou outro parque. A sensação de escolha é o maior truque da era moderna e, em «Westworld», Dolores está determinada a pôr fim à nova ordem das coisas. No entanto, será que um resultado socialmente relevante justifica todas as ações e crimes feitos pelo caminho? Onde ficam os humanos inocentes no meio da sua vingança? Até que ponto é possível manipular as personagens da narrativa – ou o próprio espectador? A terceira temporada parece ter menos truques temporais e de argumento, mas já sabemos que não podemos confiar cegamente nos Nolans e companhia.

Westworld

Série subvalorizada ou excessivamente complexa?

À exceção do Emmy de Melhor Atriz Secundária para Thandie Newton em 2018, «Westworld» tem demorado a convencer a crítica. São muitos os prémios técnicos, que comprovam a qualidade acima da média dos efeitos visuais e demais edição, mas a narrativa não tem tido o mesmo êxito que «A Guerra dos Tronos». As opiniões dividem-se: estamos perante uma série menos valorizada do que merece, ou as artimanhas do argumento são demasiadas e tornam-no pouco acessível a um público mais vasto?

Tudo leva a crer que a terceira temporada seja de consumo mais fácil. Além de, pelo menos inicialmente, ser mais direta, tem um problema central que promete captar todas as atenções. Tal como foi lançado na segunda temporada, o confronto entre Dolores e Maeve é uma certeza – resta saber a hora e o local. O próprio trailer já desvenda uma luta sem precedentes, entre duas das personagens mais carismáticas da série. Por quem estão a torcer?

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