La Casa de Papel
LA CASA DE PAPEL (L to R) JAIME LORENTE as DENVER, BELÉN CUESTA as MANILA, ÚRSULA CORBERÓ as TOKIO in episode 04 of LA CASA DE PAPEL. Cr. TAMARA ARRANZ/NETFLIX © 2020

O fim começa agora. A Netflix lança hoje, 3, a primeira parte da quinta e última temporada de «La Casa de Papel», que conhecerá o desfecho derradeiro a 3 de dezembro. Vi dois episódios em primeira mão.

La Casa de Papel
LA CASA DE PAPEL (L to R) HOVIK KEUCHKERIAN as BOGOTÁ, ÚRSULA CORBERÓ as TOKIO, RODRIGO DE LA SERNA as PALERMO, ITZIAR ITUÑO as LISBOA, MIGUEL HERRÁN as RÍO, JAIME LORENTE as DENVER in episode 02 of LA CASA DE PAPEL. Cr. TAMARA ARRANZ/NETFLIX © 2020

Quando, a certa altura, uma cover de “Friday I’m in Love” começa a entoar e as personagens, de macacão vermelho e camisolas pretas, ficam alinhadas e comunicam sem palavras, há uma sensação arrasadora a despedida – já não podemos mais negá-lo. Algo estranho, atendendo que esta cena acontece logo no arranque da quinta temporada e a series finale ainda tarda uns meses. A última temporada de «La Casa de Papel», que totaliza 10 episódios, foi dividida em duas partes de cinco, com o conjunto final a cair no streaming da Netflix a 3 de dezembro.

No final da quarta temporada, Lisboa (Itziar Ituño) foi resgatada no âmbito da missão Paris e introduzida no Banco de Espanha; mas a fase de euforia durou pouco, já que Alicia Sierra (Najwa Nimri) encontrou o esconderijo do Professor (Álvaro Morte) e parece tê-lo encurralado. O homem dos mil planos nada pode fazer, na altura em que a equipa mais precisa dele: em desespero, ainda que numa atitude antecipada pelo Professor, Tamayo (Fernando Cayo) chamou o Exército para levar de vencida os assaltantes de uma vez por todas. Como se isso não bastasse, os reféns parecem estar mais descontentes do que nunca, e Arturo (Enrique Arce) cada vez mais alucinado. E, no meio disto tudo, será que Gandía (José Manuel Poga) consegue sair com vida?

La Casa de Papel
LA CASA DE PAPEL (L to R) ÁLVARO MORTE as PROFESOR, NAJWA NIMRI as ALICIA SIERRA in episode 01 of LA CASA DE PAPEL. Cr. MANOLO PAVÓN/NETFLIX © 2020

As tensões estão ao rubro, e é assim que os fãs de «La Casa de Papel» gostam da série. Tudo pode acontecer e, com todas as personagens pressionadas e sem planos declarados, o descontrolo é evidente. Será este “O Fim da Estrada”? O título do episódio de regresso traça o mote dos primeiros acontecimentos, onde tudo parece perdido. Com ataques de todos os lados, a fuga de Tóquio (Úrsula Corberó), Denver (Jaime Lorente) e companhia é cada vez mais uma miragem, ainda que, na ficção, se desconfie sempre que, de uma maneira ou de outra, os “heróis” vão sair vitoriosos. Ao mesmo tempo, mantém-se a storyline cruzada (e quase silenciosa) do contexto mediático e popular dos assaltantes, com a população a mostrar o seu apoio, tal como acontecia no filme dos anos 70 «Um Dia de Cão» (1975).

O hype em torno da série tornou-se uma história non grata para alguns seriólicos, mas segurou definitivamente a atenção de milhões por todo o mundo. Cada lançamento é um verdadeiro acontecimento, e não é preciso muito marketing ou opiniões para garantir maratonas massivas este fim de semana.

La Casa de Papel

Um dos maiores sucessos da Netflix, «La Casa de Papel» repete a fórmula de outras temporadas, ainda que desta feita pareça enveredar por caminhos mais desconhecidos. Muitas personagens populares estão em risco, o Exército mostra-se bem menos cauteloso do que os agentes habituais e não é certo qual o rumo derradeiro que o criador Álex Pina quer dar à sua história. Ainda assim, a possibilidade constante de um twist impactante, como uma morte ou um contragolpe, é desconfortável para audiência, ao mesmo tempo que torna a narrativa mais viciante. Um truque simples mas eficaz, que contribuiu para que a série espanhola se tornasse um verdadeiro fenómeno global.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

https://www.youtube.com/watch?v=pK1cWze6ozY

 

Translate »