É possível, já na idade adulta, recuperar uma grande amizade que terminou de forma muito pouco amigável? É esse o desafio de Sylvia e Will; Rose Byrne e Seth Rogen voltam a ser protagonistas, tal como em «Má Vizinhança» (2014). «Platonic» estreia amanhã três episódios no streaming Apple TV+.
Depois de se afastar de Will (Seth Rogen) por não gostar de Audrey (Alisha Wainwright), a namorada com quem ele ia casar, Sylvia (Rose Byrne) é incentivada a reaproximar-se do melhor amigo quando toma conhecimento do divórcio. Numa fase ligeiramente diferente das suas vidas, com Sylvia a viver para a família e Will com pouca ou nenhuma responsabilidade, os dois rapidamente recuperam a química e fazem uma série de estragos. Como será que os seus mundos vão terminar, após esta colisão?
Abdicando de objetivos pessoais e até da sua individualidade, Sylvia dedicou-se a uma vida caseira, de cuidado aos filhos, sem qualquer ambição ou adrenalina fora da sua rotina. Sem a parceria de Will, com quem falava até muito tarde ao telefone e revivia algumas das loucuras da adolescência, a personagem de Byrne parece condenada a tratar da casa e a acompanhar os filhos na vida escolar. Nem o feitio peculiar de Katie (Carla Gallo) destabiliza o seu conformismo; algo que, com relativa facilidade, Will consegue fazer, provocando um conjunto de momentos engraçados.
Embora «Platonic» não tenha um argumento muito elaborado, cumpre aquilo que promete. Uma viagem humana e divertida pela amizade na idade adulta, quando a sociedade e quem nos rodeia tem um conjunto de expetativas firmes em relação a qual deve ser o nosso comportamento. Sylvia e Will vão continuamente contra isso, provando que não cabem em nenhuma caixa estabelecida pela comunidade, e sendo capazes de surpreender constantemente pela sua impulsividade.
Uma série feita à imagem daquela que, muitas vezes, tem sido a carreira de ambos os protagonistas nos filmes de comédia. Esta é uma criação de Francesca Delbanco e Nicholas Stoller; o elenco integra ainda Luke Macfarlane, Tre Hale, Andrew Lopez, Vinny Thomas, Michael Kostroff e Sarah Chang.
Texto originalmente publicado aqui
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