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Betty reinventa-se em tempos de Covid-19

O spin-off da longa «Skate Kitchen» (2018) regressa com uma segunda temporada, que retrata uma Nova Iorque em tempos de Covid-19. Tive acesso antecipado a «Betty» e deixo a minha opinião.

Betty

Desenvolvida por Crystal Moselle, que dá nova vida às personagens de «Skate Kitchen» (2018), «Betty» é uma série sobre o mundo feminino do skate em Nova Iorque, mas não só. A aposta da HBO abraça as vivências de um núcleo heterogéneo de jovens para desconstruir a sociedade e o que significa viver com obstáculos, de maior ou menor dimensão, numa cidade que nunca dorme. Na segunda temporada, que estreia hoje na HBO Portugal, «Betty» aborda temas como as dificuldades financeiras acrescidas trazidas pelo Covid-19, o aproveitamento do feminismo para marketing, o assédio a mulheres na rua e o abuso de poder.

«Betty» mostra uma nova faceta, mais estrutural e focada nos temas transversais à pandemia de Covid-19 e ao fim da adolescência numa realidade cheia de estímulos e vícios. Além disso, a sexualidade e a liberdade sexual ocupam também um papel importante na trama, até na descoberta (ou consolidação) da personalidade das personagens.

Betty

A série é tão natural no seu crescimento que os temas macro surgem com naturalidade, fazendo sentido como parte da história que Moselle quer contar, ao invés de ser algo paralelo e distante. Da mesma forma, «Betty» recupera comportamentos de riscos dos adolescentes, nomeadamente na procura de dinheiro fácil. Indigo (Ajani Russell) é o exemplo mais destacado neste tópico, até como consequência da relação enfraquecida com a mãe (Eisa Davis).

Ash (Katerina Tannenbaum) ganha um maior protagonismo graças ao seu romance com Honeybear (Kabrina Adams), que atravessa uma fase “bipolar”, enquanto Janay (Dede Lovelace) explora novas emoções. Tanto a nível romântico, como na luta pelas causas em que acredita. E, o que começa como uma tentativa de manter um espaço para o seu grupo de skaters, acaba por se tornar algo muito mais altruísta e relevante.

Kirt (Nina Moran) reforça o seu lugar como uma das personagens mais cativantes, partindo numa missão em nome próprio que passa por uma nova faceta de female whisperer, procurando tornar os seus amigos mais respeitadores e preocupados com o bem-estar feminino. Em sentido oposto, Camille (Rachelle Vinberg) tem de lidar com uma nova oportunidade, que pode resultar numa grande desilusão.

A segunda temporada é composta por seis episódios com cerca de 30 minutos, e promete não desapontar quem gostou da primeira incursão no pequeno ecrã.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

 

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