Swarm: e tudo a música levou…
O Amazon Prime Video estreia amanhã, 17, a série «Swarm», uma criação de Donald Glover e Janine Nabers.
Dre (Dominique Fishback) é completamente obcecada pela artista Ni’Jah (Nirine S. Brown), não olhando a meios para atingir o seu sonho de ver a cantora e de assistir a um concerto. Sem muito dinheiro e com as contas sempre à justa, o investimento em dois bilhetes para ir a um concerto com a melhor amiga, Marissa (Chloe Bailey), acaba por ditar o destino da sua gestão financeira e um conflito com a colega de casa. Mas porque será que alguém que tenta tanto tem tão pouca falta de sorte?
«Swarm» é uma série crua e brutal, com uma tendência obscura e imprevisível, que torna uma série aparentemente banal uma viagem em constante mutação. Dre é uma figura instável, insegura e magoada, que vai gerindo a sua rotina à boleia da sua própria impulsividade. A jovem inconsequente alastra a sua obsessão por Ni’Jah a outros campos da sua vida e das suas relações, tornando-se uma bomba-relógio da narrativa.
A realização testa os limites e a sonorização é desconfortável para a audiência, que não fica indiferente ao que acontece no pequeno ecrã. A forma como o argumento e a imagem combinam e explodem à frente do público é intensa e mostra, mais uma vez, a criatividade de Donald Glover. Ator, criador e músico, parece não haver limites para o multifacetado artista norte-americano, que estabelece aqui uma parceria com um das produtoras executivas de «Atlanta».
Entre as surpresas da série encontramos também Billie Eilish, cuja participação tem ajudado ao marketing de «Swarm», uma série cuja premissa pode não convencer de imediato a audiência. No entanto, para aqueles que por ali quiserem ficar, a trama faz a experiência valer a pena. Com episódios curtos e bem ritmados, a aposta do Amazon Prime Video traz um lado negro ao pequeno ecrã, numa comédia negra que testa os limites do drama e até do terror psicológico, ao mesmo tempo que analisa a violência na sociedade.
Texto originalmente publicado aqui
