Outlander: viajar pela Escócia a partir do sofá

«Outlander», a série inspirada pelos livros de Diana Gabaldon, regressou no passado dia 19, ao TVCine Emotion. A quinta temporada tem um episódio semanal.

É certo que «Outlander» volta ao pequeno ecrã em tom de festa, mas já se sabe que esta não dura muito para aqueles lados, perante a instabilidade política e a constante ameaça britânica. Igual a si própria, desde início que a série protagonizada por Caitriona Balfe e Sam Heughan estabeleceu o seu público e pouco se preocupou em atrair novas audiências. A verdade é que não precisa, e o seu sucesso está à vista.

Sem surpresas, o estilo mantém-se: a componente romântica de «Outlander» continua a ser a mais forte, enquanto a Escócia se estabelece como a terceira protagonista da narrativa, entre as suas paisagens incríveis de perder de vista. Numa altura em que não são recomendadas viagens, esta é uma das que se faz sem sair de casa.

Ainda que longe de ter recuperado dos acontecimentos da última temporada, Brianna (Sophie Skelton) sobe ao altar com Roger (Richard Rankin), para felicidade de Jamie (Heughan) e Claire (Caitriona). Entre música, dança e algumas pistas de discurso, a audiência quase se esquece que se avizinham tempos difíceis. Nem os flashbacks deixam esquecer a provação que Jamie terá pela frente: será a altura de travar Murtagh Fraser (Duncan Lacroix) em prol de um bem maior?

Em vez de batalhas aparatosas, a série assenta agora, pelo menos no início da temporada, numa metodologia política. Há jogadas de bastidores, traições, intrigas e muita incerteza, numa linguagem politizada e bastante estratégica, que não só revela um Jamie mais adulto, como indaga sobre a incerteza vivida na Escócia naquela altura. Com muita ficção e liberdade criativa à mistura, claro.

A receita de «Outlander» não tem surpresas. É feita à medida de quem gosta dela e, como tal, raramente desilude o seu público-alvo.

 

Artigo originalmente publicado na Metropolis.

Sara Quelhas

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