O Tatuador de Auschwitz

«O Tatuador de Auschwitz» é a prova de que até nos momentos mais sombrios pode florescer uma bonita história de amor. Da memória para o papel, e agora para o pequeno ecrã.

O Tatuador de Auschwitz

Muito já se escreveu e retratou, no pequeno e grande ecrã, sobre Auschwitz e os terrores provocados pela ideologia Nazi. Ainda que poucas coisas tenham a capacidade de surpreender a audiência, o lado humano deste conflito histórico continua a originar boas histórias. É o caso de «O Tatuador de Auschwitz», baseada no livro de Heather Morris (Melanie Lynskey) e com estreia marcada na SkyShowtime para 7 de junho.

A autora best-seller viu a sua carreia despontar numa situação ocasional: quando trabalhava num hospital de Melbourne, na Austrália, conheceu um senhor que queria contar a sua história. Lale Sokolov, na série interpretado por Harvey Keitel na idade adulta, foi um tatuador em Auschwitz, mas não queria apenas relatar os pesadelos que tinha experienciado e testemunhado. Lale queria partilhar o seu romance com Gita (Anna Próchniak), nascido no lugar mais improvável do mundo.

O Tatuador de Auschwitz
Na figura do tatuador, que tenta fintar um destino aparentemente incontornável assumindo um papel de “traidor” (embora não por decisão sua), Lale é o lado mais genuíno da tragédia. Seja na sua perspetiva do terror, seja nas relações que vai construindo – e vendo ser destruídas.

Com um argumento bem trabalhado e muito emocional, a nova série da SkyShowtime resulta num drama forte e tenso, protagonizado no passado por Jonah Hauer-King. Entre o fim da liberdade tida como garantida e a detenção no campo de concentração, onde os judeus eram tratados de forma totalmente desumana, a trama deixa uma sensação de sufoco ao espectador. Não só pela realização crua, mas também pela noção de que, ainda que não tal como a vemos, aquela história aconteceu.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

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