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Nuclear Family: o outro lado de Ry Russo-Young

A cineasta Ry Russo-Young apresenta a história da sua família na HBO, com «Nuclear Family», um documentário de três partes que conta com muitas imagens da sua infância e adolescência. O primeiro episódio fica disponível esta segunda-feira, 27.

Nuclear Family

Conhecida pelos seus trabalhos no cinema independente e em longas-metragens como «Antes de Vos Deixar» (2017) e «O Sol Também é Uma Estrela» (2019), Ry Russo-Young mostra um lado novo à audiência no documentário «Nuclear Family». Com recurso a imagens antigas e a entrevistas com intervenientes (diretos e indiretos) da sua história de vida, Ry revisita a sua família, os amigos e a até a luta judicial que ameaçou a sobrevivência da sua família, tal como a conhecia.

No final dos anos 70, as mães de Ry Russo-Young, Robin Young e Sandy Russo, conheceram-se e decidiram ter filhos, algo praticamente impensável na época. Com recurso a métodos “caseiros”, a ganhar eco na altura, o casal conseguiu encontrar dois dadores, homossexuais, e ter duas filhas, Ry e Cade. Lidando com o preconceito da sociedade, as barreiras impostas e a dificuldade, expetável, decorrente da constante menção em contexto escolar (e não só) a um “pai”, Robin e Russo mantiveram uma frente unida para garantir que criavam duas crianças felizes. Algo nem sempre fácil, sobretudo quando um dos dadores quis assumir uma presença mais constante na vida de Ry.

Nuclear Family

A série documental marca o encontro de Ry com o seu passado, não como se lembra dele, mas como ele realmente aconteceu. Isso implica ter novos lados da história, repensar o papel de Tom na sua infância e aceitar o sofrimento que toda a situação causou nas mães. E também na irmã, Cade, que passou à margem pelo confronto, uma vez que a luta não era sobre si. Além disso, a perceção de que não há heróis nem vilões, nem lados totalmente maléficos e errados, mas apenas humanos, com as suas fraquezas e impulsos.

Uma história forte de vida, que espelha também a luta pela inclusão e igualdade nas décadas de 80 e 90. Da mesma forma, a desconstrução da ideia de “família nuclear”, e a apresentação de várias facetas que esta pode assumir.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

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