Pêpê Rapazote é um dos alvos a abater por Pedro Pascal, o único protagonista que ‘sobreviveu’ à renovação após o fim do arco de Pablo Escobar em «Narcos».
A Netflix nunca se quis ficar por Pablo Escobar, interpretado durante duas temporadas pelo brasileiro Wagner Moura. Isso tornou-se claro quando, ao contrário do que acontece com outras biografias, optou por um título abrangente, «Narcos», ao invés do nome do famoso rei da droga colombiano, assassinado em 1993. Como tal, sempre se soube que havia muitas histórias para contar para além da de Escobar, pelo que a renovação da série para a terceira e quarta temporadas não foi propriamente uma surpresa. Fazendo jus à história, segue-se o cartel de Cali, que aproveitou a queda de Escobar para crescer.
Mais do que o negócio da cocaína, este é um negócio de poder – e de quem se consegue aguentar no topo. Dos derrotados não reza a história, pelo que a substituição de Escobar é rápida e até natural. Apesar das mudanças profundas no elenco, os criadores Carlo Bernard, Chris Brancato e Doug Miro não mostram quebras na qualidade e, depois da promessa, confirmam que há mesmo mais para além de Pablo Escobar. Como pano de fundo, uma das intrigas mais interessantes no pós-Escobar, ofuscada na cultura geral pela monstruosidade que foi a vida do criminoso, mas que tem aqui a oportunidade de se fazer ouvir, à boleia da ficção.
Damián Alcázar, que continua a dar vida a Gilberto Orejuela, ganha maior destaque logo no genérico de «Narcos», surgindo em segundo lugar, a solo e após Pedro Pascal. Segue-se, assim como na hierarquia que pauta a temporada, o restante trio de reis de Cali: Alberto Ammann – Pacho Herrera, Francisco Denis – Miguel Rodriguez e Pêpê Rapazote. São estes os principais inimigos a enfrentar por Javier Peña e (nova) companhia, onde se evidenciam Chris Feistl (Michael Stahl-David) e Daniel Van Ness (Matt Whelan). No entanto, fatores como a corrupção e a conspiração voltam para atormentar a DEA (Drug Enforcement Agency), que não terá novamente a tarefa facilitada.
“Como era Escobar?“, “Nunca o conheci“. A irrisória troca de palavras entre Peña e Stoddard (Raymond Ablack) é uma espécie de homenagem à trajetória que «Narcos» – e os espectadores – fizeram até aqui. E, se Murphy ainda testemunhou o semblante apagado do outrora grandioso Escobar, a verdade é que Peña sempre enfrentou um inimigo sem rosto. Ao contrário que acontece com o cartel de Cali que, embora tenha crescido com a atenção toda direcionada para Escobar, não se esconde, uma vez que ganha a segurança necessária na corrupção. Não obstante, e como já aprendemos nesta série, não há nada mais forte do que a sede de vingança. Nem a omnipresente realeza de Cali.
Entre as surpresas agradáveis na terceira temporada de «Narcos», destaque para os praticamente desconhecidos Arturo Castro e Andrea Londo. É difícil reconhecer o primeiro: não porque esteja diferente, mas porque está bem longe do papel simpático que lhe conhecemos das comédias. Arturo interpreta o filho mais velho de Miguel Rodriguez, que faz lembrar o mimado e prepotente Joffrey Baratheon, interpretado por Jack Gleeson em «A Guerra dos Tronos». Já Andrea Londo apresenta um currículo bem humilde no IMDb, mas surpreende na pele de Maria Salazar, a mulher de um dos vassalos do cartel. Edward James Olmos, que vem à Comic Con Portugal em dezembro, estreia-se também na série, como pai de Peña.
Este artigo foi originalmente publicado na Metropolis.
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