Walker: Independence, e antes do Ranger do Texas?

Depois do regresso relativamente bem-sucedido de Cordell Walker, o Ranger do Texas, no reboot da mítica série de Chuck Norris, chegou a primeira prequela. Estreia hoje no TVCine Action «Walker: Independence», a história de uma antecessora do protagonista da série-mãe. A partir das 22h10.

Com a ação a ter lugar no final dos anos de 1800, «Walker: Independence» cria uma história de corrupção e intriga na concorrida terra de Independence, transformada pela chegada dos caminhos de ferro. Abigail Walker (Katherine McNamara, Shadowhunters, Arrow), antecessora de Cordell Walker (agora interpretado por Jared Padalecki), é a mulher do novo xerife, mas o rumo da narrativa muda ainda antes de chegarem ao destino. O marido de Abby é assassinado a sangue-frio e a mulher volta a si alguns dias depois, dirigindo-se a Independence para apresentar queixa pelo ocorrido. Mas a presença do presumível culpado leva a que se remeta ao silêncio.

O seu caminho cruza-se com Calian (Justin Johnson Cortez), elemento do grupo de nativos que a socorreu, e Hoyt Rawlins (Matt Barr, Blood & Treasure), um ladrão de meia-tigela que quebra pernas e corações ao longo do seu caminho. O rosto vai ser bem familiar para quem acompanha «Walker»: é exatamente o mesmo ator que dá vida a Hoyt Rawlins na série de origem, mas não a mesma personagem; o Hoyt de 1800s é um antecessor daquele que habita o tempo presente. Uma escolha, no mínimo, duvidosa por parte da equipa de criadores, Anna Fricke e Seamus Kevin Fahey.

O elenco conta com Katie Findlay, Greg Hovanessian, Philemon Chambers, Lawrence Kao, Gabriela Quezada e Mark Sheppard, entre outros.

«Walker: Independence» é o denominado “drama sexy” que procura misturar ação, romance e até um certo toque de novela. Uma jovem de Boston entregue à sua sorte numa localidade gerida à lei da bala e do gado, num western cujo ambiente trabalha, sobretudo, para extrapolar a personalidade e emoções das personagens. O argumento alimenta-se da tensão e caos sentimental para desenvolver uma ligação com a audiência, ao mesmo tempo que une três personagens muito diferentes no mesmo propósito de vingança. Trata-se de uma série para não levar muito a sério, mas sim para ver com leveza (o que é irónico, tendo em conta o início do piloto), nesta que é uma aposta da CW para perceber o potencial de «Walker» como universo seriólico.

É inevitável mencionar «Yellowstone», dos canais TVCine. De facto, a série do tempo presente conseguiu recuar à mesma época de uma forma mais credível e dura, ainda que assegurando também uma forte camada de drama. O lado de disputa de terrenos e corrupção ativa desperta mais um par de semelhanças. Há ainda algumas parecenças com «Outlander», embora mais à superfície. Resta saber se o público se interessa pelo género e vai dar resposta, ou se os canais norte-americanos têm de repensar a forma como investem nas suas apostas de sucesso até ao ponto de exaustão.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

 

Sara Quelhas

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