The Ark: a nova arca de Noé
O Syfy estreia esta segunda-feira à noite, pelas 22h15, a série «The Ark». A caminho de um planeta onde pretendem instalar uma colónia para garantir a persistência da humanidade, a Arca é despertada em turbulência.
Nome por detrás de longas populares da ficção científica, como «Dia da Independência» (1996) e «Stargate» (1994), Dean Devlin regressa à cadeira principal de showrunner na TV com «The Ark». A série, que estreia no Syfy Portugal pelas 22h15, ilustra a jornada de um grupo multifacetado de pessoas, em rota até uma colónia onde se devem instalar e criar aquela que será a casa da humanidade dentro algumas décadas. Um lugar na nave tinha sido muito ambicionado, já que dava prioridade às respetivas famílias para seguirem para o novo planeta, numa altura em que a Terra parece condenada ao fim.
Sharon Garnet (Christie Burke) é a primeira a acordar do sono profundo, do qual não deveriam sair tão cedo, apercebendo-se de que a Arca está a destruir-se. Com a tripulação a acordar em alvoroço, dando conta progressivamente do caos que se instalou, nem todos resistem à fatalidade de causa desconhecida. Com poucos recursos e muitas vidas perdidas, a Arca tem de procurar uma nova organização para conseguir a sua sobrevivência e chegada à ambicionada colónia.
Com personalidades diferentes, e um egoísmo latente em muitas delas, a Arca é feita à imagem da sociedade. Enquanto uns não olham a meios para atingir os fins, outros mostram uma capacidade altruísta fora do comum. Ainda assim, as personagens, a espaços, apresentam-se demasiado estereotipadas e monodimensionais. As storylines constroem-se de forma previsível, e algumas escolhas de argumento podem deixar a audiência de pé atrás em relação à continuidade da narrativa. No entanto, quem arriscar espreitar o piloto de uma coisa pode ter a certeza: vai perceber de imediato se é ou não uma série para si. «The Ark» mostra logo ao que vem e a temporada é o seguimento disso mesmo. À boleia de muito drama, mistério, tensão e humor.
Numa “Arca de Noé” à beira da tragédia, com tudo a correr mal (mesmo quando parece começar a correr bem), o nível de ação é sempre muito alto. Os gestos das personagens vão dando pistas para o que pode descambar, como a água deixada aberta por distração e o oxigénio escondido para garantir a autopreservação. Por sua vez, numa espécie de “guerra dos tronos” pela liderança da nave, também os intervenientes vão ser postos à prova, inclusivamente em relação até onde são capazes de ir. Uma drama terrestre… no Espaço; é cada um por si.
No elenco, pouco conhecido, destacam-se ainda Reece Ritchie, Richard Fleeshman, Stacey Read, Ryan Adams, Shalini Peiris, Christina Wolfe, Tiana Upcheva, Jelena Moore, Jessica Yemi e Steven William Moore, entre outros.
Texto originalmente publicado aqui