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Big Sky: rapto dá mote a mistério sólido

O Disney+ passa a contar com produções do Star a partir desta terça-feira, 23. Tive acesso antecipado a «Big Sky», uma das séries que integra o streaming no imediato.

David E. Kelley está determinado a não sair dos nossos ecrãs. Depois de apostas recentes como «Big Little Lies» e «The Undoing», o multifacetado autor traz agora «Big Sky». O drama centra-se na investigação de um duo improvável, que tenta descobrir onde se encontram duas adolescentes desaparecidas. A série teve algumas críticas muito positivas, incluindo do incontornável Stephen King, e chega terça ao Disney+.

Jenny (Katheryn Winnick) e Cody Hoy (Ryan Phillippe) são um casal separado e mal resolvido, que é abalado com a confirmação de que o investigador privado se envolveu com a colega Cassie (Kylie Bunbury). O drama é uma constante desde cedo, com as dinâmicas familiares a desconstruirem-se desde cedo, mostrando um lado muito intenso e nem sempre claro. Ainda a lidar com um emaranhado de emoções, a dupla volta a ser testada quando a namorada do filho e a irmã desaparecem sem deixar rasto, numa estrada secundária. O mistério adensa-se quando descobrem que elas não são as primeiras a desaparecer.

Inesperadamente a trabalhar em conjunto (Jenny é uma ex-polícia), o grupo não olha a meios para chegar a uma resposta e, para tal, chega ao contacto com o agente Rick Legarski, que nos traz um John Carroll Lynch ao seu melhor nível. O elenco bem conseguido é, aliás, uma das forças do argumento que, na sua falsa leveza inicial, esconde uma ação muito profunda e bem conseguida. E que, ainda assim, tem a capacidade de criar várias storylines para proporcionar um ritmo menos pesado à narrativa.

No entanto, o tema central é bastante obscuro. Danielle (Natalie Alyn Lind) e Grace (Jade Pettyjohn) fazem uma longa viagem até Montana, mas um conjunto de imprevistos leva as irmãs a cruzarem-se com o grande vilão da narrativa, uma interpretação soberba de Brian Geraghty. Apesar de não serem os primeiros alvos do criminoso, a verdade é que têm finalmente a capacidade de atrair as atenções e uma investigação.

Além de um drama familiar, «Big Sky» foca também as duplas (e não só) improváveis que se criam até nos lugares aparentemente mais pacatos do Montana. Embora o conflito pareça inicialmente quase “novelístico”, a verdade é que os minutos finais do primeiro episódio mudam completamente o espírito da trama e preparam-nos, através do choque, para o desafio que se avizinha nos próximos capítulos. Um bom drama e um dos principais destaques no catálogo Star, a não perder.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

 

Sara Quelhas

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