Após uma temporada, «Away» foi cancelada pela Netflix, avança a Deadline. A série protagonizada por Hilary Swank não vai regressar, depois de uma temporada a tentar alcançar Marte. Emma Green (Swan) é a líder desta missão, tendo de enfrentar diversos desafios, enquanto a família, composta por Josh Charles e Talitha Eliana Bateman, passa por outros obstáculos na Terra.
Sabe mais sobre «Away», com a review do Séries em Loop.
Há em «Away» uma sensação constante (e inquietante) de finitude. Ao mesmo tempo, sobressai uma camada oposta e igualmente cruel: tudo o que é negativo prolonga-se. No tempo e no Espaço. Mais do que uma série de ficção científica, um género onde a Netflix tem sido feliz, «Away» é um soberbo drama humano. Uma surpresa agradável naquela que é a primeira criação autoral de Andrew Hinderaker, que conta no currículo com passagens pelos argumentos de «Penny Dreadful» e «Pure Genius».
Hilary Swank é Emma Green, a astronauta norte-americana que comanda uma missão mundial que tem como destino Marte. A sua equipa é composta por especialistas de diferentes nacionalidades: Misha (Mark Ivanir), Ram (Ray Panthaki), Lu (Vivian Wu) e Kwesi (Ato Essandoh). Depois de vários anos a treinar em conjunto, o grupo parte para uma viagem de três anos – cujo regresso está longe de ser uma certeza.
Vistos como heróis pela população em geral, os elementos deste quinteto espacial têm o “mito” desconstruído aos olhos da família e amigos. Num episódio piloto marcado por linhas temporais manipuladas para uma melhor contextualização da história, ecoa a efemeridade do presente e a dimensão assustadora da distância. Para lá da missão no Espaço, há a vida individual e o drama “banal” que é estar longe das pessoas de quem mais gostamos; e perder o controlo.
É certo que esta descrição denota uma forte componente emocional da narrativa, mas, em vez de a enfraquecer, torna-a mais forte. A viagem a Marte ganha profundidade: à ciência junta-se a fragilidade humana e o peso das escolhas. As que são aceites pela família, como é o caso de Emma, e as que destroem laços, na situação de Misha. E, mesmo no primeiro caso, depressa se percebe que até essa força apresentada como imbatível está presa por fios muito frágeis.
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