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1883: a origem de Yellowstone não desilude

A SkyShowtime, que recentemente chegou a Portugal, tem como uma das suas principais atrações a prequela de «Yellowstone», «1883». Uma realidade bem diferente do drama familiar que agarrou audiências, a série mostra uma sociedade mais crua e impiedosa, onde não há sonho que não se faça sem sangue.

O sucesso de «Yellowstone» tem motivado a incursão em novos universos associados à série, com «1883» já disponível e «1923» a estrear em dezembro. Depois de uma aposta localizada no tempo presente, «1883» revela um ambiente bem diferente daquele que encontramos na série original, onde a corrupção “silenciosa” é substituía por tiros à queima-roupa, golpes fatais e julgamentos mortais na rua. O tom é colocado desde início e a série anuncia toda a sua brutalidade e sentido de justiça; ao mesmo tempo que encontramos um país em turbulência, afetado por guerras e doenças sem cura.

O sonho americano assume várias formas. Dos imigrantes às famílias que se tentam estabelecer, são muitas as histórias que se podem contar.

James Dutton (Tim McGraw) tem um sonho, mas o caminho para lá chegar adivinha-se difícil. Rodeado por mulheres e uma criança, o homem não terá vida fácil para assegurar o bem-estar de toda a gente. No entanto, tal como Kevin Costner, a figura paternal assume uma importância preponderante para o rumo da história. Junta-se a ele outro homem-forte, Shea Brennan (Sam Elliott), um capitão em ruína e sem grandes perspetivas de futuro.

O rancho dos Dutton não é mais do que uma miragem nesta fase. Portanto, o foco é colocado na profundidade das personagens, nomeadamente em Elsa Dutton (Isabel May), uma jovem castrada pela sociedade em que vive, ao mesmo tempo que conhece os altos e baixos da vida adulta, e a exigência de ser uma mulher na época. São várias as storylines, interessantes e bem estruturadas, que cativam a atenção do espectador desde cedo, procurando aproveitar o interesse natural dos fãs de «Yellowstone», esperando que por ali fiquem.

É curioso como um drama familiar e político tem a capacidade de estabelecer todo um universo e, a partir dele, pensar em séries codependentes, em torno do ícone americano que é o Parque Nacional de Yellowstone. Claro que o elenco forte é um dos segredos do criador Taylor Sheridan desde o primeiro momento. Além dos nomes já mencionados em «1883», encontramos também, com maior ou menor destaque, Faith Hill, LaMonica Garrett, James Landry Hébert, Billy Bob Thornton, Graham Greene e até Tom Hanks.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

Sara Quelhas

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