REVIEWS

The Walking Dead: a fórmula ainda resulta

A 11.ª e última temporada de «The Walking Dead» tem estreia marcada para amanhã, pelas 22h17, na FOX Portugal. Já vi os dois primeiros episódios da nova season – fique a saber o que temos a dizer sobre este regresso com sabor a despedida.

Sempre falei com grandes fãs de «The Walking Dead» que, mesmo nas temporadas mais criticadas, nunca desarmaram. A sua justificação era simples: no final de cada episódio havia sempre um twist que os agarrava ao ecrã na semana seguinte, e assim sucessivamente. Nem o desaparecimento de personagens super populares prejudicou o trajeto bem-sucedido da série, a quem muito se deve, aliás, o boom de apostas relacionadas com a temática zombie na última década. Um verdadeiro império do mundo televisivo moderno, associado também às comics, «The Walking Dead» vem provar, no regresso, que ainda não perdeu o jeito.

Os dois primeiros episódios funcionam como uma premiere dividida em duas partes [Acheron: Part I e Acheron: Part II], que posiciona o núcleo central – não necessariamente no mesmo local – e apresenta as principais forças que vão ter de enfrentar. E não, não estamos a falar apenas de walkers. Um dos grandes obstáculos, aliás, nem tem rosto: a comunidade de Alexandria não tem capacidade de alimentar nem proteger os seus, pelo que Maggie (Lauren Cohan), Daryl (Norman Reedus), Gabriel (Seth Gilliam) e Negan (Jeffrey Dean Morgan), entre outros, partem numa missão possivelmente suicida para recolher mantimentos. Esta decisão é o primeiro passo para o caos, e uma coisa é certa, como bem sabemos, nem todos sairão dali com vida.

Com cenas de ação bem concebidas e intensas, o regresso de «The Walking Dead» é pautado por muita tensão, golpes arriscados e até algum drama. As situações de build up são também igualmente competentes, com o argumento a aumentar progressivamente de intensidade, até ao ponto em que os walkers, ou outra ameaça, enfrentam os nossos heróis. Além disso, os momentos de confronto não são apenas com o exterior…

Outro dos pontos em evidência na 11.ª temporada vem diretamente das comics e da season anterior: o grupo de “stormtroopers” [com roupas idênticas às míticas personagens da saga Star Wars]. Além da série, também as comics nos ajudam a perceber qual o papel destas personagens no puzzle que é «The Walking Dead». Estes elementos inserem-se numa comunidade, nomeadamente na sua defesa; a Commonwealth é um grupo de cidades comandadas por um governador e com um exército de “stormtroopers”, e vai ganhar uma importância determinante na narrativa. Mas há mais grupos à espreita…

Mais uma vez, a principal imagem de marca que fica destes dois episódios é o facto de um acontecimento de rotura no final de cada um aumentar a curiosidade em relação ao próximo. Um jogo que os fãs de «The Walking Dead» se habituaram a jogar há vários anos.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

 

Sara Quelhas

Recent Posts

O Vencedor: a história de um derrotado

As séries eslovacas e checas têm conquistado, aos poucos, o seu espaço no mercado português.…

8 meses ago

One Piece: adaptação reinventa Luffy

A Netflix estreou «One Piece», uma série baseada no sucesso do anime com o mesmo…

8 meses ago

Ahsoka: nova protagonista no universo Star Wars

Depois de uma passagem fugaz por «The Mandalorian» e «The Book of Boba Fett», Ahsoka…

8 meses ago

Only Murders in the Building T3: Streep à ponta de lança

Fica disponível na terça-feira, 8, o primeiro episódio da terceira temporada de «Only Murders in…

9 meses ago

As Flores Perdidas de Alice Hart: o trauma na (nossa) natureza

O Amazon Prime Video lança amanhã, 4 de agosto, a série «As Flores Perdidas de…

9 meses ago

The Full Monty: à deriva, outra vez

O Disney+ estreia esta quarta-feira, 14, a continuação da história trazida ao grande ecrã em…

11 meses ago