Uma das séries-sensação dos últimos anos estreia, amanhã, a sua quarta e última temporada. Mas nada temam, «Succession» despede-se na HBO Max com um BANG! Tive acesso, pela Metropolis, aos primeiros quatro episódios.
Embora anuncie, desde o primeiro dia, ao que vem, «Succession» [Sucessão, em português] tem sempre a capacidade de nos surpreender. Contudo, arrisco dizer que nunca o fez como nesta quarta temporada. Não porque traga algo de totalmente inovador ou inesperado, mas sim pela forma como o faz. É curioso como os screeners desta temporada se fizeram acompanhar de uma mensagem do criador, Jesse Armstrong, que tentava apelar a algum cuidado para não estragar a surpresa e a experiência aos espectadores da série. Como de costume, optamos por uma review sem spoilers de relevo.
Logan Roy (Brian Cox) é o patrão da família e dono e senhor do império dos media. Há três temporadas que prepara a sua sucessão, o que tem instigado os filhos uns contra os outros e, a espaços, contra ele próprio. A narrativa atingiu um ponto de ebulição no final da última temporada, quando, numa jogada de mestria, Logan antecipou o cerco de Kendall (Jeremy Strong), Shiv (Sarah Snook) e Roman (Kieran Culkin), negociando com a mãe deles para os atirar para fora de jogo. Agora, é a vez de o trio partir em busca de vingança. Quem levará a melhor na hora em que a cortina fechar pela última vez?
Se o trailer já vos deixou em pulgas, esqueçam. O lançamento da nova temporada não prepara a audiência, de todo, para o que a espera. Roy vs. Roy, a família nunca esteve tão dividida como agora; em sentido oposto, o trio de herdeiros, à exceção de Connor (Alan Ruck), dificilmente esteve tão unido. No entanto, e como já sabemos que a falta de escrúpulos é generalizada, estamos sempre à espera que um deles (ou vários) pregue um valente rasteira aos restantes. Este clima de constante tensão é um dos fios condutores da trama, deixando sempre a audiência em pulgas no sofá.
«Succession» é uma série tão bem feita que, a bem da verdade, são muitas as apostas que têm tentado repetir a artimanha. Temos escrito isso em várias reviews e, para os ditos “seriólicos”, esta afirmação não será, com toda a certeza, uma surpresa. Todavia, também o sabemos, tem sido difícil replicar a mestria que Jesse Armstrong e o elenco aplicaram na série da HBO Max. São todos tão maus que é demasiado bom, certo?
Além disso, e num aparte, a equipa tem também tido a capacidade de brincar com algumas das situações favoritas dos fãs, como a dinâmica Tom (Matthew Macfadyen) e Greg (Nicholas Braun) ou a incrível falta de jeito de Roman.
O argumento está bem estruturado e lança um conjunto de armadilhas, internas e externas, com as várias personagens a tentarem colocar-se numa posição de vantagem. Basicamente, é escolher um “cavalo de corrida” e esperar que a decisão valha a pena. Um desses casos, como sabemos, é Tom, que tem feito um conjunto de opções de risco e procura, agora, que isso compense. Também Gerri (J. Smith-Cameron), Karl (David Rasche) e Kerry (Zoe Winters), a título de exemplo, se têm posicionado no tabuleiro de xadrez que é «Sucession», esperando ser o peão que sobrevive até ao final e se fortalece.
Jogada após jogada, quem será o derradeiro vencedor do jogo preparado por Logan Roy desde o episódio piloto? Terão os filhos a capacidade de vencer o pai na luta que ele lidera há décadas?
Com um arranque feito de várias falsas partidas, «Succession» multiplica logo os seus caminhos possíveis, confundindo o público relativamente ao rumo que a série pode seguir. É verdade que há muitos acontecimentos teoricamente óbvios, mas a forma como são introduzidos, ou preparados, é sempre carregada de uma boa dose de surpresa e imprevisibilidade. A quarta temporada é também uma história de culpa e redenção para diversas personagens; e de confirmação para outras, quais abrutes à espera de serem alimentados a qualquer custo. No fim do dia, 80 por cento dos intervenientes são, como diria Logan Roy, uma autêntica cambada de inúteis.
Texto originalmente publicado aqui
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