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Rita, uma série nada convencional

Aye, o meu nome é Samafs e sou a Capitã da U.S.S. Trekflix, quem é como quem diz: tenho uma nave onde exploro séries e filmes neste universo e a partir da qual vos escrevo sobre o que podem encontrar em cada mundo televisivo ou cinematográfico que visito. Hoje é a vez de «Rita».

Ela não se conforma com o padrão e vê mais além das regras. Não é sustentada por alguém e não tem uma vida fácil. Não é perfeita e também comete erros. É sempre verdadeira mesmo quando o mundo dos adultos pede máscaras. É polémica tanto a nível pessoal como profissional. Não se cala, compra discussões e luta por uma educação acessível a todas as crianças. Ela chama-se Rita e é uma professora pouco convencional dinamarquesa na série da Netflix com o mesmo nome.

Não esperem uma escola perfeita nem convencional, onde todas as personagens cumprem estereótipos ou são extraordinárias. Em Rita tudo é diferente porque é normal. São as pessoas que conhecemos, as crianças que existem, os problemas que, directa ou indirectamente, vivemos na nossa realidade. E é neste sentido que Rita é uma poderosa ferramenta televisiva de desconstrução.

Actualmente com 4 temporadas de 8 episódios cada (3 temporadas na Netflix Portugal, prevê-se actualização brevemente), Rita é uma série que acompanha a vida de Rita Madsen (Mille Dinesen), uma professora que é tudo o que foi escrito no primeiro parágrafo e muito mais, dentro e fora da escola. É provavelmente uma das personagens mais reais e humanas encontrada em séries e se me questionarem sobre o tipo de pessoa que é eu costumo dizer que parece uma rockeira de 40 anos que dá aulas. Mas é muito mais do que isso. Rita desconstrói assuntos importantes – drogas, sexualidade, relacionamentos, abortos, comunicação, família, passado e, como ponto central e unificador destes assuntos e outros tantos, educação – sem a obrigação do ensinamento moral: aqui tudo é falado como se fala na vida real, sem respostas prontas, aprendendo pelo caminho, cometendo erros durante o trajecto.

É uma série que vale pela normalidade com que o enredo se desenvolve, sem grandes dramas teatrais típicos na televisão e no cinema mas que não é aborrecido e, de certa forma, é assim que agarra quem vê. É aclamada pela crítica europeia e entende-se porquê. É uma Dinamarca diferente da perfeição que os estereótipos culturais nos habituaram que merece a pena ser visitada e Rita uma personagem que precisamos de ter nas nossas vidas.

Mafs

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