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Monstros ao Trabalho: a missão de fazer rir as crianças

Vinte anos depois do filme «Monstros e Companhia» (2001), a história continua no streaming Disney+ com a série «Monstros ao Trabalho». Após descobrirem o poder energético do riso, os monstros têm de se adaptar às novas exigências dos tempos: fazer rir as crianças. Estreia terça-feira, 7.

A missão agora é fazer rir. Na sequência das aventuras de «Monstros e Companhia» (2001), a empresa Monsters, Incorporated muda o fornecimento de energia a Monstrópolis; afinal, o riso parece ser mais poderoso do que os gritos dos mais pequenos. A mudança é abrupta e Tylor Tuskmon (Ben Feldman) é um dos afetados: após se destacar como um dos alunos mais assustadores da universidade, e ser contratado, depara-se com um mundo em revolução, no qual não tem qualquer capacidade para fazer rir as crianças, logo no seu primeiro dia de trabalho. No fim de contas, foi tratado anos a fio para fazer exatamente o oposto.

Mas falemos de regressos. Sully (John Goodman), Mike (Billy Crystal), Celia (Jennifer Tilly) e Roz (Bob Peterson) voltam para fazer as delícias de miúdos e graúdos, ainda que desta vez assumam, previsivelmente, menor destaque. Em contrapartida, Val Little (Mindy Kaling), Fritz (Henry Winkler), Duncan (Lucas Neff) e Cutter (Alanna Ubach), entre outros, contribuem para desenvolver novas camadas, físicas e narrativas, na Monsters, Incorporated.

Sem lugar para assustar crianças, Tylor é temporariamente transferido para a Equipa de Instalações da Monsters, Inc. (MIFT), onde um conjunto de personagens peculiares o tenta integrar e estabelecer amizades. Mas, naturalmente, a ambição de Tylor é chegar mais longe, desta feita ao Piso do Riso, onde os monstros atravessam as habituais portas com um objetivo diferente daquele com que se iniciou a narrativa de «Monstros e Companhia» (2001).

Entre a nostalgia e a criação de uma narrativa interessante o suficiente para atrair novos públicos, nomeadamente nas camadas mais jovens, «Monstros ao Trabalho» é uma série que vem provar porque é interessante, para a audiência, a Disney ter um serviço de streaming. À medida que as histórias mais populares vão ganhando mais camadas, sem desiludir, isso torna-se ainda mais evidente. Uma competição desigual para com outros meios, que têm de puxar dos galões ou recuperar histórias de sucesso para atingir o mesmo efeito. Quem ganha é o público, ainda que falte, naturalmente, tempo para ver tudo…

 

Texto originalmente publicado aqui

 

Sara Quelhas

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