Launchpad: coleção curtas-metragens de novos talentos

O streaming Disney+ estreia hoje «Launchpad», uma série composta (para já) por seis curtas-metragens, de cineastas selecionados entre mais de 1100 candidatos. Tive acesso aos três primeiros episódios.

Ann Marie Pace, Aqsa Altaf, Hao Zheng, Jessica Mendez Siqueiros, Moxie Peng, Stefanie Abel Horowitz (os cineastas)

Numa realidade multiplataforma, são cada vez mais as possibilidades de chegar a audiências mundiais. É certo que não é fácil, mas «Launchpad» é mais um bom exemplo de como as principais produtoras do mercado estão dispostas a dar palco a novos talentos. A coleção de curtas-metragens, seis no total, ilustra o trabalho de jovens talentos, que partilham em histórias curtas a sua visão sobre a realidade norte-americana, e não só.

A diferença é um dos temas mais marcantes e comum às narrativas. Apesar das dificuldades, os heróis destas histórias são pessoas comuns (ou humanos-vampiros) que procuram superar uma fase mais complicada da sua vida. Da cultura paquistanesa nos Estados Unidos ao uso de alunos internacionais como “mascote”, são vários os aspetos aparentemente banais que ganham contornos mais abrangentes. Através de pequenos acontecimentos, é possível encontrar uma leitura alargada, que marca positivamente a utilização da arte como forma de comunicação.

Os cineastas por detrás das narrativas de «Launchpad» foram escolhidos entre 1100 candidatos nos EUA, tendo recebido mentores executivos de várias divisões da empresa, incluindo Disney+, Lucasfilm, Marvel Studios, Pixar, Walt Disney Animation Studios e Walt Disney Studios Motion Picture Production. Segundo o streaming, a diversificação foi uma preocupação no que diz respeito às histórias a contar, com o primeiro sexteto a ter como tema a “Descoberta”.

A descoberta tem aqui múltiplos significados. Pode ser individual ou social, solitária ou pública, simples ou vampírica. Mais ou menos literal, cada história procura criar uma familiaridade com as minorias, habitualmente mais frágeis em contexto social e de adaptação. Mas também uma familiaridade com todos aqueles que, num momento ou outro da sua vida, se sentiram deslocados da realidade em que viviam.

 

Texto originalmente publicado aqui

 

 

Sara Quelhas

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