Se querem ver um seriólico verdadeiramente incomodado com algo, retirem «Friends» do catálogo da Netflix. Ou, pelo menos, ameacem. Nunca vi tantas partilhas seguidas sobre o mesmo tema de amigos em diferentes partes do mundo, desde Portugal aos Estados Unidos, passando por Inglaterra e Brasil (nem tantos palavrões em línguas diferentes, foi uma autêntica lição multicultural). Basicamente, «Friends» está para a Netflix assim como o zapping está para a televisão “normal”: eu não ia para lá, mas acabei por ficar e entretanto adormeci. [E o zapping é coisa para ser levada a sério.]
Enfrentei todas as fases do ‘luto’ em poucas horas: ignorei as notícias que anunciavam a saída de «Friends» do catálogo da Netflix, revoltei-me perante essa evidência, tentei negociar com os ‘santinhos’ das séries [algo como “leva as séries que eu parei de ver há dois anos – embora insista que vou ver ‘amanhã’ – mas deixa ficar «Friends»], fiquei deprimida 20 minutos antes de jantar e tinha aceitado finalmente o fim.
Já me preparava para escrever um artigo sobre como nunca tinha chegado a fazer a maratona de «Friends» que andava a adiar mês após mês, até se tornar ano após ano, quando percebi que, afinal, o gangue vai continuar à distância de um log in e o meu artigo já não tem razão de ser. A Netflix retirou a data de saída da plataforma e agora acabaram-se as desculpas.
Perante este plost twist mais surpreendente do que os de muitas séries, vejo-me obrigada a não adiar mais esta maratona: vou mesmo assistir a «Friends». Não há cá dois episódios aqui, três acolá, e uma relação entre a Rachel (Jennifer Aniston) e o Joey (Matt LeBlanc) que nunca percebi de onde vinha.
A minha relação com a série, emitida entre 1994 e 2004, é muito parecida com aquela que mantenho com «Foi Assim Que Aconteceu» e «A Teoria do Big Bang»: ando ali às voltas para decidir o que ver, e acabo por ir lá para, derrotada pela minha incapacidade para fazer escolhas.
Mas «Friends» é coisa para ser levada a sério. Parecendo que não, são 236 episódios de 22 minutos, o que dá algo como 86,53 horas e quatro dias seguidos, se contarmos apenas com as pausas para ir à casa de banho. Onde é que um canal do cabo vai arranjar tempo para tanta coisa, com o sem fim de séries de comédia que tem em repetições dia sim dia sim?
Ou me faço à vida ou acabo por nunca perceber a história como deve ser… E depois digo que acho piada à Rachel e ao Joey juntos e sou fulminada só com o olhar.
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