Mr. & Mrs. Smith: os guardadores de segredos

Donald Glover e Maya Erskine são os protagonistas da nova aposta da Amazon Prime, inspirada no clássico de ação «Mr. & Mrs. Smith» (2005). Esta é uma criação do ator com Francesca Sloane, com quem também colaborou em «Atlanta».

Duas pessoas que não se conhecem, e com passados misteriosos, são contratadas por uma agência super secreta, que lhes vai atribuindo missões de forma rotineira em «Mr. & Mrs. Smith». John (Donald Glover) e Jane (Maya Erskine) têm de se fazer passar por um casal, com uma vida comum, para na sombra levarem a cabo os objetivos mais improváveis. Com pouca informação e um “chefe” rigoroso, a dupla tem de enfrentar as probabilidades e a própria dinâmica, que nem sempre funciona da melhor maneira, já que falamos de uma equipa instantânea e feita à pressão.

Quem diria que Maya Erskine, a coautora e coprotagonista de «PEN15» calçaria poucos anos depois os “sapatos” de Angelina Jolie em «Mr. & Mrs. Smith», como uma espiã a trabalhar na escuridão. Sem haver enganos, aparentemente, entre as duas personagens principais, como no filme, há muito mais curiosidade sobre os seus passados. O que leva alguém a largar tudo por dinheiro fácil, ou a querer afastar-se da sua vida real? E qual o preço a pagar por tamanha ambição, caso não se sigam todas as regras à risca?

Por sua vez, as missões, menos complexas do que seria de esperar, despertam também a curiosidade da audiência em relação às intenções. Juntam-se aos protagonistas nomes de peso como Paul Dano, Parker Posey, Wagner Moura, Alexander Skarsgård, Ron Perlman e Úrsula Corberó, entre muitos outros, para participações bem especiais.

«Mr. & Mrs. Smith» prova igualmente que a ação também pode ser móvel. Uma série de espiões pode incluir drama, mistério e comédia, com personagens mais ou menos estereotipadas. Já a dinâmica e a incerteza mantêm a atenção do público, que, assim goste da interação principal, vai apostar na série da Amazon Prime como uma das maratonas leves e divertidas do início do ano. A trama não quer ser levada demasiado a sério e, tal como o filme que a inspirou, aposta em momentos engraçados e peculiares, que equilibra com a correria da ação.

Mas, quando a missão e o lado pessoal se misturam, o que prevalece?

 

Texto originalmente publicado aqui

 

Sara Quelhas

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